Da ação Penal em desfavor do Comunicador ou Jornalista.
Havendo ofensa a um cidadão comum, a legislação determina que a ação
penal deve ser promovida pela vítima, através de advogados, no que se denomina
ação penal privada.
Caso a ofensa seja cometida contra servidor público em razão da função
pública, a ação é ajuizada pelo Ministério Público através de uma denúncia.
Para haver a denúncia, a vítima deve comunicar ao Ministério Público ou à
polícia a intenção de que o ofensor seja processado.
A prova é necessária para ajuizar qualquer ação
Em qualquer caso de injúria, calúnia ou difamação que possa provocar a
responsabilidade civil ou penal para o ofensor, a vítima sempre irá precisar
provar os fatos. Como qualquer ação judicial, é necessário provas para gerar a
condenação.
Nos casos ocorridos pela internet, na maior parte das vezes, a prova é
simples e fácil, já que é possível gravar o texto, a imagem, o vídeo ou o som
que represente o ato, podendo ser feito diretamente pela vítima ou por outra
pessoa que tenha conhecimento do fato.
Caso o texto ou a imagem não estiverem mais disponíveis no site ou na
rede social onde foi lançada, existem ainda outras possibilidades, como, por
exemplo:
O advogado, ou o Ministério Público ou a Polícia, pode solicitar ao
responsável pelo site ou rede social que lhe envie os arquivos gravados em seus
computadores;
A vítima pode indicar pessoas que tenham conhecimento do ato e que
possam depor como testemunhas.
No entanto, em qualquer caso, cabe ao advogado da vítima, ao Ministério
Público ou à Polícia, conforme a situação, avaliar a melhor forma de conseguir
as provas e exigir a reparação devida.
Neste conceito se justifica a implantação desta disciplina com foco no
Código Penal Brasileiro, para que o Jornalista Virtual "POSSA TER UMA
EXATA NOÇÃO DAS SUAS RESPONSABILIDADES PENAIS EM FACE DO QUE ESCREVE COMO
AUTOR, OU COMPARTILHA".
Ao longo da história, empós 1990, observamos que depois da Imprensa, da
Rádio e da Televisão, surge agora um quarto gênero de jornalismo,
intrinsecamente associado às novas tecnologias, capaz de «pôr em sentido» os
velhos meios, mais do que consolidados no espectro comunicacional global.
Aqui teoricamente nasce com o advento da Internet, o ciberjornalismo,
que distingue-se do jornalismo
tradicional por três características que nenhum outro meio havia concentrado em
si: a multimedialidade, a hipertextualidade e a interatividade.
Multimedialidade.
Hipertextualidade.
Interatividade.
Depois de uma fase em que as empresas de Comunicação Social aderiram
palidamente à Web, apenas como forma de veicularem conteúdos a baixos custos de
produção – Mann defende mesmo que os jornais estavam online porque tinham medo
de não estar –, o jornalismo digital tem vindo a tirar partido dos seus
recursos intrínsecos para se colocar numa posição privilegiada no âmbito do
universo do jornalismo.
Ao ponto de estar a questionar convenções jornalísticas e de já ter dado
nome a um novo género de jornalista: o ciberjornalista, aquele que faz
jornalismo em exclusivo na e para a World Wide Web.
O jornalismo digital tem vindo a crescer de mão dada com a Internet.
Numa primeira fase, os jornalistas limitavam-se a, pura e simplesmente,
«despejar» conteúdos noticiosos para os sites provenientes dos meios
tradicionais. Depois, os jornalistas passaram a criar conteúdo próprio
enriquecido com hiperligações e outras ferramentas interactivas, e, mais tarde,
na fase que ainda agora se atravessa, o conteúdo informativo original passou a
ser pensado exclusivamente para a Web.
Bill Gates foi um dos que defendeu que “sempre que um novo meio de
comunicação é criado, os primeiros conteúdos oferecidos são provenientes de
outro meio de comunicação”. E assim foi, de facto. Nos primórdios, Hoje, a
maioria dos media já não se limitará à passagem dos conteúdos dos meios
impressos para o formato na Web, cuja prática ficou conhecida como «shovelware».
Nem tampouco a servirem-se da oferta digital para meros repositórios dos
«media» tradicionais, com a esmagadora maioria dos jornais online a tirarem
proveito de uma das imbatíveis vantagens da Web: a actualização das notícias.
As excepções? Confirma a regra…
A personalização é outra das qualidades típicas do novo género de
jornalismo, com autores como Nicholas Negroponte a dar conta da existência de
jornais personalizados a cuja modalidade apelidou de «Daily Me» (Diário de
Mim), um conceito que consiste na recepção por parte do utilizador do
ciberespaço dos artigos apenas pretendidos por si. A metáfora de Bender,
segundo a qual o jornalista deve, por um lado, saber «pescar» o peixe certo e,
por outro, saber «cozinhá-lo» para abrir o apetite ao leitor, tem todo o
cabimento quando em causa está contextualizar a informação em função do perfil
de cada utilizador.
Se, no passado, os jornais se debatiam com falta de informação, hoje a
realidade é bem diferente. O manancial de informação disponível no ciberespaço
leva mesmo alguns autores a advogarem a evolução do jornalismo tradicional para
um papel não de envio de mensagens para a audiência, mas antes de orientação do
leitor. Ou seja, como profetiza Hélder Bastos, “a ênfase evoluirá do conteúdo
para o contexto”.
Marca distintiva do jornalismo digital é também a interacção entre
repórteres e audiência. Online é, por natureza, bidireccional. O envolvimento
do leitor no mundo digital pode, no entanto, trazer alguns constrangimentos ao
ciberjornalista, caso este passe a estar mais preocupado com o leitor do que
com a sua verdadeira função.
Em ciberjornalismo, escrever não significa apenas produzir um texto.
Segundo Hélder Bastos, passa antes por “explorar todos os formatos possíveis a
ser utilizados numa estória de modo a permitir a exploração da
característica-chave do novo medium: a convergência”.
A narrativa hipermédia está ainda longe de ter atingido a maioridade,
mas, como afirma Levy, “estará seguramente mais próxima da montagem de um
espectáculo do que da redacção clássica”, assente no paradigma da pirâmide
invertida, já ameaçada no contexto digital por um modelo que João Canavilhas
define como pirâmide deitada. Ou seja, textos lineares e estáticos versus
textos não-lineares e interactivos.
A escrita para os novos meios é, provavelmente, o aspecto que mais
separa os jornalistas digitais dos tradicionais e aquele que terá ainda de
percorrer o mais longo caminho até uma definição rigorosa da narrativa digital.
Afinal, é só mais uma ruptura trazida pela emergência do quarto género de
jornalismo, que contrasta com o tradicional na actualização noticiosa contínua,
no acesso global à informação, na reportagem instantânea e na personalização
dos conteúdos.
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